sábado, 20 de julho de 2013

CAPA E DIREITOS AUTORAIS




Livro à venda, adquiria seu exemplar impresso ou ebook - 2ª edição
https://clubedeautores.com.br/livro/santa-cruz-do-rio-pardo-4

Direitos autorais
Créditos foto: Lorana Harumi Sato Prado
Celso Prado: Funcionário público estadual - Área da Saúde, aposentado; Pedagogo – especialista em educação; Teólogo – formação em teogonias e teologia psicanalítica; História (...) - programa de educação continuada.

Junko Sato Prado: Servidora pública estadual, Cirurgiã-Dentista - Área da Saúde, aposentada; Magistério.

Celso e Junko são memorialistas, atuantes no resgate histórico-documental civilizatório na formação do último rincão inculto da Província – depois Estado – de São Paulo, entre os rios Tietê e Paranapanema, desde a descida da Serra Botucatu às barrancas do Rio Paraná, a contar de 1850 / 1851.

 

Correspondência eletrônica: pradocel@gmail.com 


______________________________________________________________________ P896S      Prado – Celso; Sato Prado – Junko
                           Santa Cruz do Rio Pardo – Memórias, documentos e referências
                            Celso Prado e Junko Sato Prado – Santa Cruz do Rio Pardo, SP
                           513 p. 21X29,7 cm
                           ISBN 978-85-913452-4-3
I       – Memórias (...) – Santa Cruz do Rio Pardo, SP. Prado, Celso
II    – Sato Prado, Junko
III  – Titulo
                                                                                                            CDD: 913452
______________________________________________________________________

Copyrigth@ Celso e Junko Sato Prado. 2020  – edição eletrônica atualizada 


                                     
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ÍNDICE: TÁBUA DOS ASSUNTOS TRATADOS

Atenção: 'Tabua de Assuntos Tratados' em reforma 

1608 – Prealegados históricos
-Um tempo antes na história do Sertão Paranapanema
1. Antigos caminhos e bandeirantes
2. A senda militar
3. As sesmarias ao longo dos caminhos
4. A falência dos empreendimentos 


1780 – Dos povos e nações indígenas
-Das etnias conhecidas na região
1. Caiuá
2. Xavante
2.1. Oti-Xavante
2.2. Ofaiê-Xavante
3. Caingangue
4. Magotes ou os destroços tribais
5. Dos autodenominados tupi


1848 – Reconhecimentos historiográficos
-Incursões predatórias em territórios indígenas
1. O capitalismo contido no alto da Serra Botucatu
1.1. O sertanista Joaquim da Costa [e] Abreu
1.2. Tentativas, êxitos e fracassos de aventureiros adiante da serra
1.3. Dos avanços projetados para a ocupação sertaneja
2. A conquista sertaneja                                                                                     
3. O que foi a 'Guerra ao Índio'


1849 – José Theodoro de Souza – o último bandeirante
-José Theodoro de Souza - biografia
1. A família                                   
2. O 'senhor das terras' - as posses
3. A morte do pioneiro
3.1. João da Silva e Oliveira - 'grileiro', sobrinho e procurador
3.2. A decisão judicial quanto ao espólio de José Theodoro de Souza
4. Theodoro sob o ponto de vista histórico
5. Quando efetivamente José Theodoro de Souza no sertão
5.1. Documentos que colocam bandeirante desde 1837 na província paulista

1851 – Pioneirismo histórico-documental
-Os primeiros fazendeiros e as fazendas pioneiras
1. Assentados no Turvo/Alambari
- Diversos -
2. Outros nomes no Turvo/Alambari e adiante
3. Ocupantes à margem esquerda do 'Turvo santa-cruzense'
- Diversos - 
4. Apossamentos do outro lado do Turvo

5. No espigão Pardo/Turvo e 'Pardo santa-cruzense' à direita
- Diversos -
6. Entradas pela margem e vertentes do Pardo à esquerda
- Diversos -

1862 – A história referenciada
-Uma das 'bocas do sertão'
1. Santa Cruz do Rio Pardo - crônica quanto a sua origem e os primeiros tempos
2. Os primeiros bairros rurais 
3. Doações patrimoniais para formação de Santa Cruz do Rio Pardo
4. Formação da Capela Santa Cruz do Rio Pardo
5. Dos fundadores - pequena biografia de dois vultos históricos
6. As primeiras vias da integração 
7. Conquistas consolidadas – o papel da Igreja
8. Os vigários 'santa-cruzenses' após o padre Figueira

Dos documentados fundadores 
-As biografias até onde possível
1. Manoel Francisco Soares
2. Padre João Domingos Figueira
1. Acontecimentos e consequências do conflito armado para o sertão
2. Santa Cruz na rota do contrabando
3. Melhorias para Santa Cruz - subdelegacia de distrito
4. Do pós-guerra


1872 – Das transformações sociais
-Os acontecimentos do pós-guerra com o Paraguai
1. Freguesia de Santa Cruz do Rio Pardo
2. Subdelegacia de freguesia
3. Dados censitários
4. Dos nascidos livres de mães escravas
5. Dos aforamentos
6. Santa Cruz melhormente
7. Contestações de divisas

1875  Ordenações político-jurídicas e administrativas
-Os coronéis mandadores e suas influências
1. As disputas entre os coronéis pelo mando local
2. Vila e município de Santa Cruz do Rio Pardo
3. Estruturas político-partidárias local no século XIX
4. A política santa-cruzense de antanho

-Os principais nomes do coronelismo local
1. Emygdio José da Piedade e Joaquim José Botelho 
2. Marcello Gonçalves de Oliveira
3. João Baptista Botelho
4. Olympio Rodrigues Pimentel 
5. Francisco de Paula de Abreu Sodré e Antonio José da Costa Junior
6. Antonio Evangelista da Silva – o Tonico Lista
7. Leônidas do Amaral Vieira

1. Abelardo Pinheiro Guimarães
2. Leônidas Camarinha

1. Lucio Casanova Neto
2. Onofre Rosa de Oliveira

1. Cyro de Mello Camarinha 
2. Aniceto Gonçalves
3. Manoel Carlos 'Manezinho' Pereira
4. Maura Soares Romualdo Macieirinha

1. Carlos Queiroz
2. Joaquim Severino Martins

- Clovis Guimarães Teixeira Coelho
- Adilson Donizeti Mira

- Otacílio Parras Assis

1. Cleophano Pitaguary [de] Araujo
2. Antonio Carlos de Abreu Sodré
3. Juvenal de Lino Matos
4. Agenor de Lino Matos
5. José Abelardo Guimarães Camarinha
6. Benedito Pinheiro Ribeiro
7. Israel Zekcer
8. Vanderlei Siraque
9. Ricardo Madalena

1877 - https://satoprado-ebook.blogspot.com/2013/07/1877-poderes-legislativo-executivo.html
-Câmara Municipal: Vereadores e os escolhidos agentes executivos
1. Eleições de 1876 - mandato 1877/1880
2. Eleições de 1880 - mandato 1881/1884 - interrompido em 1882
3. Eleições de 1882 - mandato de 1883/1886
4. Eleições de 1886 - mandato de 1887/1890 - interrompido em 1889
5. Intendência municipal - 1890/1892 - ausente o poder legislativo municipal
6. Câmara e Intendência - mandato 1892/1894
7. Câmara e Intendência - 1894/1896
8. Câmara e Intendência - 1896/1898
9. Câmara e Intendência - 1899/1901
10. Câmara e Intendência - 1902/1904
11. Câmara e Intendência - 1905/1907
12. Câmara e Prefeitura - 1908/1911
13. Câmara e Prefeitura - 1911/1913
14. Câmara e Prefeitura - 1914/1917
15. Câmara e Prefeitura - 1917/1920
16. Câmara e Prefeitura - 1920/1923
17. Câmara e Prefeitura - 1923/1926
18. Câmara e Prefeitura - 1926/1930
19. Nos tempos das Interventorias
— Poderes executivo e legislativo independentes - eleições livres e diretas
20. Prefeito e Vereadores - 1948/1951
21. Prefeito e Vereadores - 1952/1955
22. Prefeito e Vereadores - 1956/1959
23. Prefeito e Vereadores - 1960/1963
24. Prefeito e Vereadores - 1964/1968 
25. Prefeito e Vereadores - 1969/1972
26. Prefeito e Vereadores - 1973/1976
27. Prefeito e Vereadores - 1977/1982
28. Prefeito e Vereadores - 1983/1988
29. Prefeito e Vereadores - 1989/1992
30. Prefeito e Vereadores - 1993/1996
31. Prefeito e Vereadores - 1997/2000
32. Prefeito e Vereadores - 2001/2004
33. Prefeito e Vereadores - 2005/2008
34. Prefeito e Vereadores - 2009/2012
35. Prefeito e Vereadores - 2013/2016
36. Prefeito e Vereadores - 2017/2020


1. Os Juízes de Paz eleitos entre 1876 a 1901
1.1. Períodos seguintes com as modificações legais
1.2. O 'quartel' de 1875
1.3. Construção do prédio para o quartel e poderes judiciário e legislativo
1.4. Os poderes constituídos e o quartel em novo edifício
1.4.1. A primeira tentativa de fuga da nova cadeia
1.4.2. Outras citações notórias sobre a cadeia pública
1.4.3. Endereços posteriores para os poderes e o quartel
A) Câmara Municipal
A.1) Prefeitura Municipal e Tesouraria
B) Quartel 
B.1) Delegacia de Polícia
C) Judiciário
D) Demolição do velho edifício do quartel e poderes
2. Inspetorias de Quarteirão
3. Os 'Comissários de Menores' - alguns nomes lembrados

1. Quartel – Delegacia/Cadeia para a Vila de Santa Cruz
1.1. Os primeiros sub e delegados de polícia
1.2. O 'quartel' em 1875
1.3. Edifício para o quartel e os poderes judiciário e legislativo
1.4. Os poderes constituídos e o quartel em novo edifício 
2. Agência postal
3. Santa Cruz - Termo de Comarca
4. Da formação jurídica municipal
5. Comissão Exploratória de Governo
6. Das coletorias


1879 – Escolas pioneiras
I – Ensino Público
1. Curso de Primeiras Letras e os professores iniciais
1.1. Os primeiros professores
1.2. Os inspetores literários
1.3. O Conselho de Instrução Municipal
1.4. A realidade escolar santa-cruzense em 1892
1.5. Reforma Escolar
2. O Curso Primário e o Grupo Escolar
3. Antigo Curso Ginasial
4. Ensino Secundário
4.1. 'Escola Normal' - modalidades Clássico e Científico
4.2. Curso Colegial
4.3. Escola Artesanal
4.4. Curso Técnico Agrícola e Economia Doméstica
5. Delegacia de Ensino

II – Ensino Privado
1. Nos idos de 1872
2. Uma escola não identificada
3. Colégio Nossa Senhora do Amparo
4. Escola de Instrução de Leitura
5. Escolas de Ensino Particular
5.1. Externato Coelho Neto
5.2. Escola 13 de Maio
6. Curso Municipal Preparatório e outras escolas
7. Escola Confessional - 'Seminário Católico'
8. Ensino laico por instituições religiosas
8.1. Colégio Companhia de Maria
8.2. Freiras Dominicanas da Beata Santa Imelda
8.2.1. Casa de São José
8.2.2. Casa Santa Imelda
9. Escola Técnica de Comércio
10. Ensino particular residencial
11. Cursos regulares de ensino infantil, fundamental e médio
11.1. Organização Aparecido Pimentel de Educação e Cultura - OAPEC
11.2. Cooperativa Educacional Santa Cruz do Rio Pardo - Camões
11.3. Centro Educacional Santos S/C Ltda - Objetivo

III – Educação integrada e profissionalizante
1. Centro Educacional do Serviço da Indústria - Sesi 
2. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Senai

IV – Alfabetização [Educação] de Massas
1. Campanha de Alfabetização de Adultos
2. Licença ginasial
3. Madureza e Curso Supletivo
4. MOBRAL - 'Movimento Brasileiro de Alfabetização'

V - Cursos superiores 

1881 – Formação político-administrativa
-Santa Cruz - um lugar conhecido e sua urbanização
1. Divisas e regularizações de posses
2. Dos famosos 'grilos' de terras registrados em Santa Cruz do Rio Pardo
3. Divisas municipais
4. Alistamento militar – Tiro de Guerra
5. Código de Posturas de 1883
6. Água potável através dos regos
7. Delimitações de área urbana e levantamento de construções
8. Iluminação pública

1883 – Saúde e assistencialismo
- Os 'doutores' do sertão - a saúde pública e o assistencialismo
1. Os primeiros e os destacados profissionais médicos
2. Outros profissionais de Saúde 
3. Saúde Pública
4. Nosocômios
5. Repartições públicas de saúde
6. Entidades caritativas assistenciais

1886 – Vias e meios de transportes
A) Vias terrestres
1. Os caminhos pelo sertão
2. Os veículos

B) Vias férreas
1. Estrada Sorocabana
2. Ferrovia do Peixe

-Santa Cruz no fim do império e início republicano1. Escravizações negra e indígena em Santa Cruz do Rio Pardo
2. Sinopse de 1888
3. As últimas realizações do Império e Província para Santa Cruz
4. Seitas [religiões] cristãs acatólicas 
5. O advento republicano
6. Comarca de Santa Cruz do Rio Pardo
7. A Maçonaria
8. Ajustes territoriais e divisas

1889 – Conflitos armados - guerras e revoluções 
-Participações santa-cruzenses ao longo da história
1. Golpe militar de 1889 – a proclamação de república
2. Revolução federalista – 1893
3. 1ª Guerra Mundial – 1914/1918
4. Revolução de 1924
5. Revolução de 1930
6. Revolução Constitucionalista de 1932
7. 2ª Guerra Mundial – 1939/1945
8. Revolução camponesa de 1953
9. Golpe militar de 1º de abril de 1964


1892 – A agricultura livre e as imigrações
-Santa Cruz do Rio Pardo - o progresso esperado que não aconteceu1. Produtividade cafeeira
2. As grandes fazendas e os fazendeiros
3. Imigrações e imigrantes
4. Sobrevalorização das terras
5. Santa Cruz – sinopse de 1892


1895 – A imprensa
I - Imprensa Escrita
1. Os hebdomadários e bi-semanários santa-cruzenses

II - Imprensa falada
1. Emissoras de Rádio

-Fatos marcantes na história de Santa Cruz
1. O hediondo crime da 'mãozinha'
2. A ponte nova sobre o Rio Pardo pela Rua Saldanha Marinho
3. Santa Cruz sede do 5º Distrito Territorial
4. A Guarda Cívica
5. Uma ponte metálica sobre o Rio Pardo
6. A Guarda Nacional local 
– 1900 

História complementar – início do século XX
-Cultura, esportes e lazer
1. Clubes de entretenimentos
2. Diversões
2.1. Cinematógrafo
2.2. Cinemas
- Os diversos cinemas desde 1909
2.3. Teatros e casas de espetáculos
- Os diversos locais
2.4. Clubes Sociais, literários e recreativos
- Os diversos clubes
3. Outros clubes
3.1. Cube de 'Ping-Pong'
3.2. Clube de Natação e Regatas
3.3. Cestebol
3.4. Futebol de Salão
4. Clubes de Serviços
4.1. Escotismo
4.2. Rotary Club
4.3. Lions Club

1. Os primeiros times santa-cruzenses de futebol
1.1. Associação Atlética Santacruzense - AAS
3. Tecnologias de comunicação
4. Sistema financeiro: bancos e seguradoras
5. Pasta da Agricultura e os serviços interligados
6. Diagnóstico do município em 1926
7. Loteamentos pioneiros


Bibliografia
-Das citações, fontes, créditos e referências
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APRESENTAÇÃO

Apresentação - segunda edição

Desenho eletrônico sobre foto do Rio Pardo
O bandeirante José Theodoro de Souza, mineiro, em meado do século XIX comandou grupo de bugreiros na mais sanguinária invasão contra tribos indígenas no último rincão inculto do sertão paulista, entre os rios Tietê e Paranapanema, a partir da descida da Serra Botucatu ao rio Paraná.
'Bugreiros' eram os matadores de índios.
O bando, verdadeiro exército, foi dividido em frentes regionais, atacando quase ao mesmo tempo as aldeias indígenas previamente dimensionadas dentro do território focado.
Um desses grupos foi o encarregado em 'civilizar' o Turvo e Pardo santa-cruzenses. Os bugreiros chefiados por Manoel Francisco Soares chegaram à região em 1850, avançando sobre os indígenas para tomar-lhes as terras, tornar cativos os apanhados, recuar os escapadores e eliminar os recalcitrantes.
A história primitiva da localidade neste aspecto, com efeito, perdeu-se, e a crônica informada para Santa Cruz do Rio Pardo, em 1886/1887, ignorava o tempo do advento de Manoel Francisco Soares, porém tinha-o na lembrança como o pioneiro que, 'acercado de destemidos companheiros, muito combatera e levara de vencida os indígenas ferozes que infestavam a região'.
—"Terra empapada de sangue é sempre terra mais fértil" - antigo aforismo popular que bem expressa pensamento da época.
Soares, exitoso, fez erguer "uma cruz de madeira, que orgulhosamente se ostentava na beira do terreiro de sua habitação" (Almanach da Provincia de São Paulo, 1887: 541), e, então, visualizou uma freguesia em sua propriedade, ou, disto convencido, para doar cem alqueires de terras ao Patrimônio da Santa Cruz para tal propósito.
À época, igualmente lembrada, a presença do padre João Domingos Figueira, como aquele que concorrera para execução do plano adotado pelo sertanejo na formação do povoado, se não o convencedor, fazendo levantar um templo religioso e nele entronar a imagem de São Sebastião, ofertada pelo mesmo Soares; o lugarejo tornou-se Capela Santa Cruz, em 1862, com dezoito ou vinte moradas.
A identificação de um lugar como 'Capela', significava o reconhecimento da Igreja e do Estado quanto a existência legal de determinada povoação.
A publicação de 1887, de possível inspiração do coronel e deputado provincial paulista, Emygdio José da Piedade, tinha por objeto a história local com a chegada do fazendeiro e capitalista Joaquim Manoel de Andrade, o principal agente transformador do capenga arraial em próspera comunidade: "Os ranchos desde então foram esquecidos e, podemos affirmar, Santa Cruz do Rio Pardo nasceu em 1872, sendo desde então rapido o seu progresso e admiravel os melhoramentos que tem recebido." (Almanach da Provincia de São Paulo, 1887: 542).
Depreendido da narrativa de 1887, a Santa Cruz de 1872 deixava a condição de 'Capela' para transformar-se em 'Freguesia', sinônimo de progresso, sob os auspícios de Joaquim Manoel de Andrade, o mais rico e influente nome no lugar, inclusive o responsável pela elevação de Santa Cruz à condição de Vila e, consequentemente Município, em 1876.
Após o golpe militar de 1889 que derrubou o império e instituiu a república, o Brasil foi declarado estado laico, em 1890, e já no ano seguinte a Câmara Municipal e a Igreja travaram disputa pelos terrenos urbanos santa-cruzenses, nos tempos do reverendo padre Bartholomeu Comenale, vigário forense, vereador, presidente da câmara e, depois, intendente.
Não localizado nenhum documento de concessão de bens do Manoel Francisco Soares à Igreja, e, em 1891, a Igreja precisou recorrer a testemunhos da época que atestassem a alienação patrimonial do Soares, inclusive um genro deste, José dos Santos Coutinho, também doador de terras, para o Patrimônio de Santo Antonio, que contribuíram na formação da urbe santa-cruzense.
A segunda edição do 'Santa Cruz do Rio Pardo - memórias, documentos e referências' amplia o número de documentos que atestam a historicidade da região, revela onde o início da grande posse de José Theodoro de Souza, na barra do 'Correguinho da Porteira', no Turvo, e traz à luz registros de posses articuladas no Turvo, Pardo e Paranapanema ditos santa-cruzenses.
Não era incomum a posse articulada das primeiras 'fazendas', quando alguém repassava as terras para os 'donos verdadeiros', ou entre si permutavam recibos numa simulação de apossamento anterior para 'esquentamento de documentos', daí as retroatividades de datas em registros anteriores ao mínimo permitido pela legislação, Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850 e regularização pelo Decreto nº 1318, de 30 de janeiro de 1854. São alguns dos sistemas de posses articuladas:
1) O verdadeiro dono, ou a quem o direito de determinada fração de terra, a tem, primeiro, em nome de algum preposto, escolhido ou indicado, que a registra e relaciona os divisantes, depois entre si simulam compras, vendas ou permutas, por recibos, retroagindo datas, para comprovar tempo de posse.
2) O posseiro, indicado ou escolhido, repassa título com data retroativa de determinada propriedade, por venda ou permuta, a um terceiro que promove o registro paroquial citando a origem e divisantes, e depois faz alienação ao dono verdadeiro ou, se autorizado, promover venda ou permuta do imóvel, fracionado ou não.
3) Algum posseiro primitivo de uma grande porção de terras as faz registrar em seu nome e permite outros registrantes de partes menores inseridas no grande todo, qual citando os seus divisantes, e rapidamente fracionam e alienam aquelas partes aos interessados.
4) O posseiro e/ou adquirente de terras de uma única propriedade divide-a em partes, registrando-as uma a uma, com diferentes divisantes. Neste caso as propriedades podem ter identificação de local comum ou não, mas, fisicamente, no mesmo lugar.
5) O posseiro ou adquirente registra propriedades diversas em diferentes e distantes lugares, para os distintos verdadeiros donos. A conclusão desta tarefa, como edição reescrita, corrigida e ampliada revela o ineditismo e singularidade para Santa Cruz do Rio Pardo, destacados os seus líderes e influentes, naquilo que possível conhecer, até esta editação, aberta a discussões sem pretensões de 'história fechada', pois muito ainda se tem a pesquisar e informar.
Santa Cruz do Rio Pardo, 2019.
Os autores Celso e Junko Sato Prado. 
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Apresentação da 1ª edição
A história informada para Santa Cruz do Rio Pardo, em 1887, ignorava o tempo da chegada de Manoel Francisco Soares, porém tinha-o na lembrança como o pioneiro que, acercado de destemidos companheiros, muito combatera os indígenas ferozes que infestavam a região, e, na sede da fazenda onde residia, fincou a "cruz de madeira, que orgulhosamente se ostentava na beira do terreiro de sua habitação" (Almanach da Provincia de São Paulo, 1887: 541).
Soares mandara, ainda, construir pequeno espaço religioso, coberto "com taquáras rachadas e sobre-postas umas ás outras (...). E desde então ficou a Santa Cruz como sendo a padroeira da povoação" (Almanach da Provincia de São Paulo, 1887: 542). Soares visualizou, então, a fundação de uma freguesia em suas terras.
À época igualmente lembrada a presença do Reverendo Padre João Domingos Figueira, como aquele que concorrera para execução do plano adotado pelo sertanejo na formação do povoado, conseguindo dele a doação de terrenos para o Patrimônio da Santa Cruz e, de imediato, fazendo levantar um templo religioso e nele entronar a imagem de São Sebastião, doada pelo Soares, e "ahi Manoel Francisco, sua numerosa familia, e todos os já então habitantes deste sertão e dos terrenos do patrimônio, se reuniam (...)" (Almanach da Provincia de São Paulo', 1887: 542). O lugarejo tornou-se Capela, em 1862, como povoação oficialmente reconhecida.
O histórico publicado em 1887, de provável autoria do Coronel e Deputado Provincial de São Paulo, Emygdio José da Piedade, tinha por objeto a história local a partir de 1870, com a chegada do fazendeiro e capitalista Joaquim Manoel de Andrade, o principal agente transformador do capenga lugarejo em próspera comunidade: "Os ranchos desde então foram esquecidos e, podemos affirmar, Santa Cruz do Rio Pardo nasceu em 1872, sendo desde então rapido o seu progresso e admiravel os melhoramentos que tem recebido." (Almanach da Provincia de São Paulo, 1887: 542).
Segundo aquela narrativa, a Santa Cruz de 1872 deixava a condição de Capela para transformar-se em Freguesia, sinônimo de progresso, sob os auspícios de Joaquim Manoel de Andrade, o mais rico e influente nome no lugar, inclusive o responsável pela elevação santa-cruzense à condição de vila e, consequentemente município, em 1876.
Com o advento republicano de 1889 e a declarada laicidade do estado em 1891, a Câmara e a Igreja travaram disputa pelos terrenos urbanos santacruzenses, e na pugna desapareceram muitos dos antigos documentos camarários e reescritos os eclesiais, nos tempos do Reverendo Padre Bartholomeu Comenale, mandatário local, Vigário Forense, Vereador – Presidente da Câmara, e depois Intendente.
A história primitiva da localidade, com efeito, perdeu-se, e a edição do Almanach de 1887 tornou-se o único apontamento, conhecido e disponível quanto às origens de Santa Cruz do Rio Pardo, com partes espelhadas, quinze anos depois, pelo Correio do Sertão (1902), sem a citação da fonte, daí os pesquisadores e interessados locais recorrerem-se ao citado hebdomadário como referência historiográfica.
A origem santa-cruzense oficializou-se, portanto, àquela maneira narrada pelo Almanach, edição de 1887, copiada pelo Correio do Sertão (1902/1903), e apenas no ano de 2005, com as publicações e atualizações digitais de 'Razias – Incursões predatórias em territórios indígenas do Vale Paranapanema' e 'Historiografia para Santa Cruz do Rio Pardo', ambas assinadas por SatoPrado, concluiu-se que a formação do lugar ou da fixação branca retroagia ao ano de 1851, comprovada por centenas de expedientes cartoriais, eclesiásticos e particulares, apanhados pelos autores.
As pesquisas, com apresentações de documentos autênticos e sem exclusões ou inclusões convenientes de acontecimentos, revelaram o vindouro território santa-cruzense palco de acontecimentos até anteriores a 1851, aí todos de itinerância, desde o atalho jesuítico entre o Paranapanema e a Serra de Botucatu, entre os anos 1608/1628, a trilheira bandeirante de 1721 e o caminho militar de 1771, calcados num quase mesmo trajeto, a despassar o Turvo aonde o baixio do rio, nas proximidades da barra do Alambari.
Como chão de passagem pode-se afirmar, com segurança documental, que em partes para o então futuro 'antigo' município de Santa Cruz, à beira direita do Paranapanema – entre as atuais municipalidades de Timburi e Ourinhos – passava a senda pré-cabraliana Peabiru, largamente utilizada por aventureiros, contrabandistas, faiscadores, bandeirantes, entradistas e religiosos.
Outrossim, igualmente 'resgatados' alguns dos ofícios de governo garantidores das presenças de arranchados nas sesmarias outorgadas entre o Pardo, às duas margens, o Turvo à esquerda e o Paranapanema aos fundos, a partir de 1759 até o abandono dos empreendimentos, por volta de 1780, para enfim a chegada do bandeirismo de José Theodoro de Souza, à frente de bugreiros, para as transformações decorrentes das ocupações predatórias em territórios indígenas.
A conclusão desta tarefa, como edição reescrita, corrigida e ampliada de 'Historiografia' e 'Razias', revela o ineditismo e singularidade historiográfica santacruzense, destacados seus líderes e influentes, registrados biograficamente naquilo que podido conhecer, até esta editação, aberta a discussões sem pretensões de 'história fechada', pois muito ainda se tem a pesquisar e informar.
Santa Cruz do Rio Pardo, 2014. 
Os autores Celso e Junko Sato Prado
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1608 - PREALEGADOS HISTÓRICOS

Um tempo antes na história do Sertão Paranapanema - a estrada Peabiru
Genericamente o vocábulo Peabyru [Peabiru] seria o designativo de antigas trilhas indígenas - feixes de caminhos, por terra e rios, quase sempre unificados, com lugar de partida para determinado destino.
São diversos os peabirus no interior brasileiro, pré-cabralianos, um deles, aproximadamente do ano 1350, nos tempos do Império [andino] Tihunaco, se iniciava no Atlântico, em São Vicente no litoral paulista, subia a serra para chegar ao Planalto Piratininga e seguir adiante, passando pelos atuais municípios de São Paulo e Sorocaba, até o pé da serra em Botucatu, onde a obliquar rumo ao Paranapanema e seguir abaixo, margem paulista, até a região de Ourinhos onde possível transpô-lo para o lado paranaense, e, por aí a margeá-lo rumo ao rio Paraná, e, por este como referência, à barra do Iguaçu, para do outro lado atravessar o Paraguai e chegar ao Andes [peruviano] e, daí, às costas do Pacífico.
Uma senda de oito palmos de largura numa extensão praticamente de duzentas léguas apenas em chão brasileiro.

1. Antigos caminhos religiosos e bandeirantes
Informes historiográficos apontam que o entradista Antonio Bicudo, no ano de 1620, deixando o caminho Peabiru subiu a serra do Botucatu e atingiu as cabeceiras do rio Pardo, para reconhecimento territorial e preação indígena, com as primeiras descrições dos seus campos e matas entre os rios Guareí, Paranapanema, Tietê, morros da serra - zona sudoeste e as nascentes do citado Pardo. Tais indicativos entraram nas cartas geográficas como referências para as entradas e bandeiras pelos sertões (Bicudo, 2009).
O monsenhor Aluisio Almeida, estudioso jesuíta, a seu modo explica o curso deslocado da estrada pré-cabraliana Peabiru, que "subiu a serra [Botucatu], ganhou as cabeceiras do Pardo (Pardinho) antigo Espírito Santo do rio Pardo e desceu aquele rio até as alturas de Santa Cruz do rio Pardo, donde passou para o afluente Turvo e saiu nos Campos Novos do Paranapanema (nome mais novo)" - (1960: 41), sem prejuízo ao trecho prosseguinte até o Salto das Canoas, a partir de onde navegável o Paranapanema em direção às Reduções Jesuíticas - 1608/1628 e rio Paraná.
De uma ou outra maneira, pela Serra Botucatu, antiga trilheira em território que viria ser Santa Cruz do Rio Pardo serviu de passagens aos padres espanhóis e demandadores dos sertões, desde a serra ao Salto das Canoas ou Quebra Canoas, também conhecido por Paranan-Itu, no Paranapanema, em atual município de Salto Grande. Cartografia oficial de caminhos paulistas, séculos XVII e XVIII, confirma o uso do Paranapanema desde sua barra ao Salto das Canoas, numa viagem com duração média de vinte dias (AESP: BDPI: Cart325602).
No referido mapa a anotação sobre Sorocaba - SP, "Essa Villa foi feita cidade por El Rey Felipe 3º para dar-lhe o nome de S. Felipe no tempo de Francisco de Souza Conde do Pardo em 1611."
Conde do Prado ou do Pardo - ambas as grafias mantidas, título nobiliárquico português concedido por D. João III a D. Pedro de Sousa (1468-1563), mantido nos tempos filipinos pelo filho D. Francisco de Sousa, escolhido pelo rei espanhol D. Felipe II - I de Portugal (1580/1598) para ser o Governador-geral do Brasil (1592-1602), depois, por D. Felipe III da Espanha e II de Portugal (1598-1621) para novo governo além-mar, de 1608 a 1611, sendo-lhe prometido o título de 'Marquês das Minas', todavia morreu em 1611, sem o agraciamento prometido.
Em 1719 instalou-se na Serra Botucatu uma fazenda jesuítica conhecida por Boa Vista, para os propósitos inacianos além do comércio com os passantes, aventureiros e bandeirantes, oferecendo-lhes os padres pouso e lugar de ajustes.
Em 1721 o bandeirante Bartholomeu Paes de Abreu, primo do jesuíta reitor padre tenente Estanislau de Campos Bicudo, requereu à Câmara Municipal de São Paulo direitos em explorar uma estrada, do centro da então capitania paulista às minas de Cuiabá, calcada no leito da antiga Peabiru e da trilha jesuítica/bandeirante, ou seja, "a partir da 'ultima povoaçam', da última vila e, também, a partir do morro do Hibiticatú" (Apud, Figueiroa, 2009: Revista 4).
Sorocaba, à época, era a derradeira vila desde 03/03/1661 - talvez meio século antes pelo citado documento 'BDPI: Cart325602', e a última povoação seria a sede da fazenda jesuítica Boa Vista, núcleo habitacional junto ao ribeirão de Santo Inácio, passagem rumo a Paranan-Itu aonde "um rudimentar porto para as canoas que iam e vinham" para dali se chegar, segundo Paes de Abreu, "ao rio Paraná onde instalou três roças de milho, feijão, legumes e deixou 250 bois em uma delas." (Apud Figueiroa, 2009: Rev. nº 5).
No aguardo da autorização, Paes de Abreu iniciou abertura de eito terrestre desde Paranan-Itu até defronte o despejo do Pardo sul-mato-grossense no rio Paraná (Giovannetti, Álbum Histórico do Município de Quatá, 1953: 1-2). Indeferido o pedido, Paes de Abreu, desgostoso e com problemas judiciais, abandonou o projeto.
Anos depois, em 1759, a expulsão dos jesuítas do território brasileiro, decretou o fim dos seus empreendimentos também em Botucatu, favorecendo a infestação indígena nas encostas e morrarias da serra, com prejuízos às iniciativas sesmariais.

2. A senda militar
Por Ato de 06 de janeiro de 1765, o rei português, D. José I, nomeou Governador da Capitania de São Paulo, o capitão-general D. Luís Antonio de Souza Botelho e Mourão, o 4º Morgado de Mateus, encarregado em restaurar a capitania paulista, abrir ou refazer estradas, fundar cidades e povoar os sertões, arranjando guarnecer os rios Tietê, Paranapanema, Iguatemi, Paraná e Prata, assim a expandir fronteiras ao oeste e levantar fortalezas para proteger o sul contra os espanhóis, ainda ressentidos pelas perdas territoriais com o fim do Tratado de Tordesilhas e não satisfeitos com o Tratado de Madri.
Ainda, o Morgado precisava entregar segura a outrora fazenda dos jesuítas aos arrematantes, conceder novas sesmarias e ratificar as concessões anteriores, com o livramento dos perigos indígenas, para isto contratado o bugreiro Francisco Manuel Fiúza.
A região experimentou o progresso com o fluxo de pessoas vindas principalmente de Sorocaba, Itu, Itapetininga e Porto Feliz, atraídas pela promessa de fundação de novos povoados e distribuições de terras nas cercanias e adiante da Serra Botucatu, como sentinelas avançadas e fortalezas, sendo Simão Barbosa Franco o encarregado das ações (Donato, 1985: 47-48).
Com essa visão militarista o Morgado determinou a construção da senda militar, em 1770/1771, a entrar pela Serra Botucatu até a barra do Pardo ou, mais adequado, ao Paranan-Itu, sob as ordens do capitão-mor de Sorocaba, José de Almeida Leite, para articulações com as bacias hidrográficas dos rios Tietê, Paranapanema, Paraná, Iguatemi e Prata, incentivando o povoamento do sertão e sua defesa das pensadas incursões espanholas.
O Almeida Leite prestou contas do compromisso ao Morgado, dando-o por realizado em 1772, sendo certa sua chegada à margem do Paranapanema.

3. As sesmarias ao longo dos caminhos
O 'Vale do Pardo' não foi apenas corredor de acesso entre a Serra Botucatu e o Rio Paranapanema. Documentos creditam-lhe grupos arranchados, desde que João Álvares de Araujo, por volta de 1730, rumou "para o sul, costeando a serra e posicionando-se além do Rio Pardo" (Donato, 1985: 44), à beira do caminho religioso/bandeirante e por onde haveria de passar, décadas depois, a senda militar.
João Pires de Almeida Taques, nos anos 1750, obteve sesmaria no Pardo "além do dito rio no novo caminho que se abriu para a Praça de Iguatemy, em tempos povoados por João Alvares de Araujo" (Repertório das Sesmarias, L. 19, fls. 121-v).
Aluisio de Almeida, confirma os aparentados João Pires, José de Almeida Leme, e Antonio Pires de Almeida Taques, sesmeiros no Pardo abaixo, e que Antonio [Pires] de Almeida Taques, em 1770, beneficiara-se de terras à margem esquerda do mesmo rio (Repertório das Sesmarias, L. 21, fls. 46).
Claudio de Madureira Calheiros, em 1771, requereu sesmaria, adiante daquela do sogro Vicente da Costa Taques Goes e Aranha, a acompanhar o Turvo, margem esquerda, à sua barra no Pardo (Repertório das Sesmarias, L. 21, fls. 70). Desta forma, as sesmarias à direita do Pardo "já estavam ocupadas por Vicente da Costa Taques (...), e por Francisco Paes de Mendonça e Jeronymo Paes de Proença, c. 1779" (Pupo e Ciaccia, 1985: 23), citado o caminho para o Iguatemy via Rio Grande [Paraná].
Acima destes situavam-se João Alvares, Antonio Machado e o Capitão [João] Pires [de Almeida Taques], e daí um vão até as terras sesmadas do citado Claudio Madureira Calheiros, do qual ciente Manoel Correa de Oliveira que, em 1780, pediu o chão entre aquelas sesmarias sobrando-lhe "as terras do espigão entre o Pardo e o Turvo, até a barra deste naquele." (Pupo e Ciaccia, 1985: 22-23). O Repertório das Sesmarias (L 21 fls. 100 e L 25 fls 96-v) ratifica os nomes daqueles relacionados sesmeiros à margem direita do Pardo, e confirmadas, também, as sesmarias concedidas do espigão à margem esquerda do Turvo, e, do outro lado deste, nenhuma sesmaria notada.
Mais para o 'Vale Paranapanema', pela antiga Peabiru, a Sesmaria das Antas, "em Lençóis, onde hoje está a povoação da Ilha Grande [Ipaussu] no município de Santa Cruz do Rio Pardo" (Silva Leme, 1905: 403, vol. VI), concedida a Luiz Pedroso de Barros, aos 09 de dezembro de 1725, repassada a José Monteiro de Barros, avô materno do sertanista tenente Urias Emygdio Nogueira de Barros (1790-1882), que a recebeu por herança, estimada extensão de três léguas de terras, a partir da barra do ribeirão da Antas no Paranapanema, em Ipaussu, até Chavantes, no distrito de Irapé - corruptela, por entendimento fonêmico, do tupi 'Tapi'irape - Caminho das Antas', com largura de uma légua, aumentada até o morro divisor onde as nascentes do ribeirão inicial dessas dimensões.
Das fazendas e sesmarias adiante de Botucatu atestam-nas a 'Carta Provincial do Governo de São Paulo, de 12 de fevereiro de 1771', obrigando os moradores na região do Pardo prestar ajuda, em tudo que deles necessitasse, o capitão Almeida Leme, na abertura da vereda militar, concluída em 1772.
Dos restos de sesmarias, no começo do século XX, residentes sorocabanos descendentes dos Pires anunciavam a venda de 4.000 alqueires de terra em Santa Cruz do Rio Pardo (Aluisio de Almeida, 1959: 255), sem precisar exatamente o local.
Os sesmeiros, do século XVIII, pouco ou nada conheciam dos acidentes geográficos que melhor pudessem identificar suas terras; e os pioneiros vindos posteriormente, em meados dos anos 1800, melhor dimensionavam suas posses para registros, quase sempre mudando ou dando novos nomes lugares apossados, exatamente para não serem questionados.


4. A falência dos empreendimentos 
Martim Lopes Lobo de Saldanha assumiu o governo paulista como 'capitão-general', entre os anos 1775/1782, e optou pelo abandono de tudo quanto planejara ou realizara o Morgado, seu antecessor, em Botucatu e adiante da serra. Com o desamparo as sesmarias não progrediram, as fazendas fracassaram e os arranchados, isolados e à mercê da crescente e ameaçadora presença indígena, retiraram-se.
Os índios expulsos por Fiúza, em 1770, retornaram mais ou menos dez anos depois, com seus descendentes e acrescidos de outros grupos e restos tribais, para formar numerosa e preocupante população adversa ao progresso.
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1780 - DOS POVOS E NAÇÕES INDÍGENAS

-Das etnias conhecidas na região
A população indígena, a contar de 1780, crescera de maneira tal que, em 1835, já se dizia de infestações nas morrarias e furnas das Serras de Agudos e de Botucatu, nos Vales do Pardo, Peixe, Feio/Aguapeí e do Batalha, além do Paranapanema paulista. 
Deste modo, nas primeiras décadas do século XIX todo o interior paulista, entre os rios Tietê e Paranapanema, adiante da serra à barranca do Rio Paraná, transformara-se num vazio desconhecido da civilização, região inóspita e insalubre, habitado por animais selváticos, enquanto os índios movimentavam-se dentro desse espaço geográfico, escolhendo áreas e por elas guerreando com os rivais, inclusive no Vale do Pardo santacruzense, aonde contadas algumas etnias.

1. Caiuá 
O Caiuá, subgrupo identificado erroneamente por 'Caiuá-Guarani', vivia nos espigões e beiras de pequenos rios, ao longo do divisor Pardo/Turvo. 'Caa-wa' tem significado de 'o feio do mato', ou espinho, no sentido de imprestável.
Há consenso que bandos distintos Caiuá e Guarani, propriamente dito, tenham vindo do sul de Mato Grosso, Paraná, leste do Paraguai e nordeste da Argentina, onde desapossados de seus termos procuraram segurança em terras do Planalto Ocidental Paulista, unindo-se aos destroços tribais no Pardo, após 1835, depois de infausta querença pelos lados de Itapetininga e Itapeva.

2. Xavante
O Xavante ou Chavante tornou-se conhecido como 'índio do cerrado', por significado vocabular indígena 'šhavante', embora inexista uniformidade gráfica senão o aportuguesamento fonêmico, admitindo-se 'šhavan' similar a 'savana', sinônimo de cerrado, então designação não indígena.
Considerados Xavante todos os índios à banda Ocidental do interior paulista, não há unanimidade quanto a designação e origem, posto tais populações confundidas com os 'Akuén-Xavánte', da família Jê, do Brasil Central. Segundo o estudioso Egon Schaden, os denominados 'Xavante Paulista' constituíam em verdade duas tribos diversas, as Otí e Opaié (1954: 397).
Justifica-se a denominação errada, a Carta Régia de 05 de setembro de 1811, que autorizava a Guerra aos Xavante, entre outras nações específica, pelos danos que supostamente causavam ao branco (Xavante: Panorama...), que ainda se fez prevalecer quando das penetrações das frentes pioneiras, em 1850/1851. 
Daí a assertiva de Hercule Florence: "chamam-se Xavante a todos os índios que aparecem na parte ocidental da Província de São Paulo e para la do Tietê." (1876: 375 R-1), e aos brancos, então propositadamente, permitiram acometimentos preventivos aos Xavante, de origem ou não.

2.1. Oti-Xavante
O dito Oti-Xavante, escorraçados dos lados de Bofete, por volta de 1840 assentou-se nos cerrados entre em alguns afluentes do Rio Turvo às duas margens. 
Não se sabe quantos Oti-Xavante habitavam o sertão quando da chegada de José Theodoro e seu grupo no início de 1850, mas vinte anos depois, estavam reduzidos a menos de quinhentos indivíduos, reunidos em umas poucas aldeias de trinta a quarenta pessoas cada (Tidei Lima, 1978: 135). 
Já além dos anos de 1870, segundo Curt Nimuendaju, pelos lados de Conceição de Monte Alegre, em atual município de Paraguaçu Paulista, promoveu-se um massacre aos Oti "barbaramente assassinados sem distinção de idade ou de sexo (...). É difícil saber-se o número de Otis chacinados (...). Afirma José de Paiva, que tomou parte no feito, que os cadáveres estavam empilhados em grande quantidade." (Tidei Lima, 1978: 135 e 136).

2.2. Ofaiê-Xavante
Segundo o mapa etnográfico de Hermann von Ihering e os dados levantados por Curt Nimuendaju, depois por Darcy Ribeiro, os Ofaiê são classificados distintos dos Akuen e dos Oti (Tidei Lima, 1978: 41-A).
Antigos sertanistas citavam presenças de índios Ofaiê-Xavante na região de Jaguaretê e Laranja Doce (Giovannetti, 1943: 58), compreendendo-se que o Ofaiê seja oriundo do sul mato-grossense, de toda bacia inferior do Pardo e do sul do Mato Grosso, que entraram em terras bandeirantes por volta de 1910, perseguidos pelos fazendeiros instalados.
Os Ofaiê-Xavante foram violentos e opositores ao avanço dos brancos, adiante de Conceição de Monte Alegre, conforme "estão a testemunhar a rapida extinção da tribo e as histórias das chacinas de que foram vítimas" (Darcy Ribeiro – 1951, apud Tidei Lima, 1978: 41-A e 42). Darcy Ribeiro conviveu por semanas com os últimos sobreviventes Ofaiê, em 1948, ocupante das margens do Santo Anastácio (Tidei Lima, 1978: 41-A).
Descendentes dos primeiros desbravadores regionais contam que as famílias Nantes, Botelho e Medeiros, entre outras, valeram-se dos préstimos de bugreiros como João Hipólito, João da Silva Oliveira, José Theodoro de Souza Junior e o Coronel Francisco Sanches de Figueiredo, para matanças de índios, e fazê-los refugiarem-se para além dos rios Paranapanema e Paraná, deixando livres as terras pretendidas. Em empreitadas do gênero foram exterminadas tribos inteiras de 'Xavante Paulista', Oiti e Ofaiê, independentes se pacíficas ou não.

3. Caingangue
O Caingangue ou 'Caa-Caing', também grafado Kaingang, com significado 'gente do mato' (designativo xavante) e habitava matas fechadas às beiras dos rios maiores, na região do médio Paranapanema e o Pardo. Foi cognominado 'Coroado' pelo branco, em causa do corte de cabelo. Seria 'primo' do Xavante, com certa semelhança de fala, por isso do grupo 'Macro-Jê' para os especialistas.
De origem controvertida, os grupos que se apresentaram no planalto ocidental paulista seriam oriundos das margens do rio Uruguai (Jorge Junior, 12/03/1969), com presença não anterior ao ano de 1800, extremante resistentes aos brancos e belicosos com outras etnias. 
Nos últimos anos do século XIX já não havia índios selvagens no Planalto Ocidental Paulista senão o Caingangue, e contra eles os brancos investiram em disputa de vasto território de 35 mil quilômetros quadrados, sendo 15 mil do Vale do Peixe e 12 do Feio/Aguapeí ainda ocupado por tribos daquela nação. Os outros oito mil quilômetros quadrados, no Vale do Batalha e Baixo Tietê após a Serra de Agudos, nas denominadas Terras de Lençóis até o Avanhandava e Itapura, também eram territórios Caingangue em disputa com os brancos. 
Entre 1907/1912 os Caingangue já não se apresentavam mais como unidade tribal, posto fracionado em grupos nômades independentes, ainda num imenso espaço territorial. Aparentemente a fragmentação foi decorrente de estratégia dos brancos em isolar grupos e assim enfraquecê-los, com resultado desastroso, pois que os Caingangues tornaram-se muito mais perigosos, agindo cada grupo isoladamente, com extrema mobilidade e grande capacidade de atacar de surpresa em diversas frentes contra os inimigos regularmente ordenados. 
De 1908 a 1911 as frentes de ocupação não mais conseguiam progredir dentro do território Caingangue, os trilhos da estrada de ferro não avançavam, os ataques indígenas se tornaram cada vez mais frequentes e eficientes.
Diante as dificuldades os empreendedores optaram negociar, também em atenção às insistentes pressões de grupos intelectuais, políticos e militares, além de organismos internacionais, a culminar com a criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), sob direção do então Coronel Candido Rondon, com a missão de evitar mais chacinas e apaziguar os Caingangue (Castelo Branco, 2004: 16/07), e ainda assim dizimados outros quinhentos índios da etnia (Cruz, 2006: v. 6, n. 1/2/3, p. 39-45, texto por referência ao trabalho de Silvia Helena Simões Borelli, 1984: 70).
Para maior eficácia de ação o SPI buscou grupos Caingangue pacificados da bacia do Tibagi e línguas -linguarás ou intérpretes, para ajudar nos contatos em 1912, destacada a célebre índia Vanuire, a maior colaboradora na pacificação dos Caingangues paulistas, dirigindo-se diretamente aos grupos indígenas espalhados, ou, da copa de grandes árvores gritando-lhes pedidos de paz (Vanuire: Lenda da Índia, Museu Índia Vanuire, Tupã - SP). 
Logo após os primeiros contatos (1912/1913), metade dos Caingangue no Estado de São Paulo morreu de epidemia de gripal (KAINGANG: Enciclopédia Povos Indígenas do Brasil, Histórico do Contato, 2001: 7, ref. Horta Barbozza), sobrevivendo "do contingente estimado em 4 mil (...) apenas 700" (Castelo Branco, 2004: 16/07). 
Os sobreviventes foram então reduzidos em Icatu, hoje região pertencente ao município de Braúna, próximo de Araçatuba, e depois o Índia Vanuíre [1917] em Arco Íris, vizinhanças de Tupã - SP. Os índios aldeados em Índia Vanuíre não foram apenas os sobreviventes de grupos paulistas, e nem puramente Caingangue (Cruz, 2006: v. 6, n. 1/2/3, p. 39-45), agora atacados por outros inimigos não menos impiedosos: doenças, como gripe espanhola e sarampo, contra as quais não tinham imunidade. "Em 1916 estavam reduzidos a 173" (Castelo Branco, 2004: 16/07). 
Um absurdo: "Os índios Kaingang paulistas chegam ao século XXI reduzidos a menos de duas centenas de indivíduos confinados em espaços bem restritos" (Cruz, 2006: v. 6, n. 1/2/3, p. 39-45).
A estratégia que garantiu a eficácia da conquista final do território Caingangue, sem dúvidas foi a de treinar e transformar grupos aldeados em intermediários a serviço dos conquistadores, e dos Caingangues, em torno de 4% sobreviveram a carnificina. 

4. Magotes ou os destroços tribais
Desde a quebra da resistência Caiuá (1850/1858) com extermínio quase total, depois a dos Xavante (1870/1880) também com supressão, restos tribais transformados em grupos vagantes, incorporando pelos caminhos outros bandos afugentados, do Paraná e Mato Grosso do Sul, para formar forte resistência adiante do Capivara e em direção, ao Vale do Santo Anastácio, gradativamente à medida da progressão sertaneja.
Tais contados foram denominados Magotes – índios de diferentes etnias ou sem elas, como resíduos populacionais unidos e propositados em conter o avanço dos colonizadores, adotando regras de ataques preventivos com incursões às regiões do Pari-Veado ou mesmo São José do Rio Novo – Campos Novos Paulista. 
Quando os brancos chegaram para as ocupações das terras paulistas, entre o Paraná e o Paranapanema, lá encontraram "os indios pretos denominados Chavantes, os (Ouatós), que moram nos campos, os Lainos, Camacosos, Quiniquinau, Coroados, Charraos, e Botocudos, os quaes se escondem para que a civilização não lhes penetre em seus territórios." (Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho [Dr. Jaguaribe Filho], 'O Sul Paulista' – Cartas II, 1885, apud Correio Paulistano Correio Paulistano, 13/12/1885: 1). 
Sobreviventes e até os Caingangues uniram-se aos destroços tribais no Santo Anastácio, como a última resistência indígena à supremacia branca. 

5. Dos autodenominados Tupi
Tidos por especialistas como subgrupo Guarani os Nhandéva, hoje aldeados em Araribá (referência 2014), auto intitulam-se descendentes Tupi, já rejeitando as identificações Tupi-guarani ou Caiuá-guarani.
Concordam Denise Monteiro de Castro e Marcos Garcia Neira, em 'Cultura Corporal e educação escolar indígena – um estudo de caso': "... e os Nhandéva, que se autodenominam 'Tupi-guarani' ou simplesmente Tupi'-." (Revista HISTEDBR On-line 2009: 236), na verdade o vocábulo tem o significado de "-'todos nós' (todos nós índios)" (Rodrigues de Almeida, 2013: 6).
Para Nimuendaju não há traços Tupi entre os Guarani primitivos no território paulista. Outrossim, exceto aos reconhecidamente miscigenados, é errada a classificação Tupi-guarani, ou alguma língua denominada tal, consoante em algumas literaturas, o que evidentemente não impede algum índio bilíngue.
No entanto os Tupi passaram por tantos aldeamentos que não se pode mais, desde o final do século XIX, determinar algum representante seu de pura origem no território paulista, posto fruto de miscigenações de brancos, negros, pardos, além de outras etnias indígenas, à exceção Caingangue. Os índios, vistos no interior paulista no último quartel do século XIX, quase não possuíam pureza ou não representavam etnia confiável.
Desde os tempos da Fazenda Jesuítica Botucatu os padres incentivavam as miscigenações entre brancos, negros e índios, para a pretensa formação do homem brasileiro ideal, como se pensava na época, com a inteligência do branco, a robustez de negro e indolência do índio. 
Depois, no século XIX viriam os aldeamentos instituídos oficialmente na Província de São Paulo, e quase de imediato surgiram os primeiros núcleos de proteção ao índio, inicialmente em regiões litorâneas e próximos à capital, depois, a pedido de João da Silva Machado – Barão de Antonina, também no sudoeste paulista, sendo o primeiro deles na localidade de São João Batista do Rio Verde [futura Itaporanga], fundado com o mesmo nome em 1845, para o qual designado diretor o frei capuchinho italiano, Pacífico de Montefalco, auxiliado por outros dois freis italianos, Galdêncio [Gaudêncio] de Gênova e Ponciano de Montaldo.
Outros aldeamentos conhecidos, São Sebastião do Tijuco Preto, nas proximidades da atual Piraju, em 1854; São Pedro de Alcântara, na localidade de Jataizinho - PR, em 1855; Aldeamento Pirapó, também conhecido por Nossa Senhora do Loreto, ainda em 1855; o de São Jerônimo da Serra em lugar de igual nome, no ano de 1859, situado às margens do rio Tigre um afluente do Tibagi; e o de Santo Inácio, em 1862, e também, no mesmo ano, o aldeamento Itacorá, em Salto Grande.
Os Tupi primitivos eram caçadores, inclusive de inimigos tribais, para os sacrifícios ritualísticos onde a ocorrência antropofágica. Não opositores ao entradismo branco e até colaboracionistas, viram suas mulheres gerando mamalucos - das uniões com brancos, e logo privados da essência canibalesca de sua cultura. O canibalismo foi combatido à exaustão pelo clero e reinóis, e os Tupi tornaram-se caçadores de índios para a escravização requerida pelos colonizadores.
Para Schaden (1954: 391) "Com toda razão aponta Charles Wagley (1951: 117) o fato que a eliminação da guerra e do sacrifício dos prisioneiros, através da proibição rigorosa pelos portugueses, removia uma das motivações centrais da cultura Tupi." 
Recentemente parte do grupo indígena do aldeamento Araribá, em Avaí - SP, antes conhecido como Caiuá-guarani, depois Nhandeva-guarani, agora autodenominam-se Tupi, deslocou-se de Araribá rumo a Barão de Antonina e Itaporanga para retomarem as terras entendidas suas, desde os tempos do aldeamento, e da qual entendiam expulsos pelos fazendeiros, na primeira década do século XX.
Reconheceu-lhe os direitos a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 231, para "(...) sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo a União demarca-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens." 
Parte dos Nhandeva permaneceu em Araribá, confinada entre os Terena, conforme reclamações, e requer terras na antiga localidade de São Domingos, consideradas devolutas e de seus antepassados que lá habitaram.
Os autores foram procurados por representantes Nhandeva, de Araribá, para obtenções de documentos que possam atestar-lhes passagens pelas regiões de Santa Cruz do Rio Pardo e Domélia - Distrito de Agudos, inclusa a extinguida São Domingos.
Os Nhandeva fundamentam-se numa lenda contada pela matriarca, que em 1808 os antepassados deixaram Barão de Antonia e Itaporanga, rumo ao Batalha na região de Bauru. Parte chegou e parte teria ficado pelos caminhos, em São Domingos. Dos que chegaram, logo convencidos por Nimuendaju, aldearam-se em Araribá, criado em 1910 e ativo a partir de 1912.
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